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Cielo muda estrategia e começa a vender maquinas e não mais focar em aluguel

A Cielo é, indiscutivelmente, a maior e mais relevante adquirente de cartões de crédito do Brasil, dominando grande parte do market share nacional. Controlada principalmente pelo Banco Bradesco, a Cielo sempre se destacou por estar à frente de outras adquirentes em termos de disponibilidade de bandeiras, produtos financeiros e penetração no interior.Entretanto, esse cenário está mudando.

Depois da abertura do mercado e do surgimento de inúmeras novas adquirentes, a Cielo tem visto o seu poderio constantemente ameaçado por empresas novas e com diferentes propostas de negócio, como a PagSeguro, por exemplo. Neste cenário, novas estratégias estão tendo que ser tomadas por este verdadeiro gigante nacional para tentar manter a sua relevância no mercado de cartões de crédito.

Por que o aluguel?

Primeiramente, é importante entender o por que da importância da cobrança de aluguel para as adquirentes tradicionais, como aCielo, Rede e Getnet. Durante muitos anos o principal produto comercializado por essas empresas foram as maquininhas “POS”. Esta sigla se refere a clássica maquininha de passar cartões que, seja com fio ou sem fio, era a presente na grande maioria dos estabelecimentos do Brasil, sendo o tipo de tecnologia mais utilizado tanto por pequenos quanto grandes lojistas.

Usualmente, esta maquininha é oferecida ao cliente em trocade uma cobrança mensal de aluguel, que pode ser cobrado por boleto, descontado dos seus recebíveis ou até mesmo de sua própria conta bancária.

Esta cobrança é necessária pois a maquininha é um verdadeiro “ativo” para a adquirente, visto que seu valor costuma ser superior a R$1000. Portanto, o aluguel serviria não só como uma forma de cobrir os custos de manutenção relacionado a máquina(trocas de equipamento, manutenção de chip, visitas de técnicos) mas também como forma de assegurar o patrimônio da empresa.

A mudança do mercado

Ao longo dos últimos anos, novas empresas começaram a se estabelecer no mercado brasileiro, visando “atacar” setores de mercado que costumavam estar insatisfeitos com os descontos realizados pelas adquirentes.

Uma das principais reclamações provinha de clientes menores e que se encontravam em uma delicada situação: enquanto ao mesmo tempo precisavam de uma solução de pagamentos para aceitar cartões de débito e crédito, também não possuíam uma demanda tão grande que justificasse o pagamento dos altos valores de aluguel cobrados.

A solução foi a comercialização de máquinas portáteis, sejam elas utilizadas através do bluetooth do celular ou chip, que se propunha a resolver os principais problemas deste sistema de cobrança de aluguel: os ativos são consideravelmente mais baratos para aquisição pela adquirente, eles são menores e possuem tecnologias mais simples o que reduz a necessidade de manutenção.

Desta forma, empresas como a PagSeguro entenderam que vender estes produtos à parcela seria uma forma de, simultaneamente, oferecer ao cliente mais do que as concorrentes (visto que ele obteria um ativo permanente para o seu negócio) enquanto diminuindo seus riscos e gastos.

O gigante se readapta

A Cielo não tardou a perceber esta tendência de mercado, mas isso não impediu que diversas novas empresas se proliferassem com esta nova estratégia, o que tornou o cenário ainda mais competitivo e complexo para a Cielo.

Dentre os mais relevante esforços feitos pela empresa para se readaptar ao mercado, temos a Cielo ZIP, que pode ser entendida como aversão da Cielo para estas maquininhas portáteis e sem bobina. Porém,recentemente, também temos a comercialização das tradicionais máquinas POS 3G+Wi-Fi e até mesmo da grande inovação da Cielo, a maquininha LIO.

Estes produtos possuem condições administrativas diferentes e únicas, que podem ser conferidas em maior detalhe no site da Cielo.

Entretanto, são sintomáticos de uma importante mudança no mercado nacional que simboliza a entrada de diversos novos comerciantes e lojistas para o mundo dos cartões de crédito e débito.

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